quarta-feira, 23 de março de 2011

Aprendizagem e Desenvolvimento Motor com o Malabarismo



Apresentação

Em nossa busca de alguma atividade a qual falaremos sobre Aprendizagem e Desenvolvimento, escolhemos o Malabarismo por ser uma atividade que pode ser aprendida por etapas e que trabalha na maioria de seu processo com as Habilidades Motoras Finas que para Magill (1998) requerem maior controle de músculos pequenos, mais especificamente aqueles envolvidos na coordenação mãos-olhos, e exigem um alto grau de precisão no movimento da mão e dos dedos. Como método para ensino, usaremos o de resolução de problemas onde o aluno (participante) é o centro para a aprendizagem e não o professor.
Segundo Berbel (2002) duas importantes propostas inovadoras são objeto de descrição e análise comparativa: a Metodologia da Problematização e a Aprendizagem Baseada em Problemas. As duas propostas, que se desenvolvem a partir de visões teóricas distintas, têm pontos comuns e pontos diferentes. Nas duas propostas, o ensino e a aprendizagem ocorrem a partir de problemas. Na Metodologia da Problematização, enquanto alternativa de metodologia de ensino, os problemas são extraídos da realidade pela observação realizada pelos alunos. Na Aprendizagem Baseada em Problemas, enquanto proposta curricular, os problemas de ensino são elaborados por uma equipe de especialistas para cobrir todos os conhecimentos essenciais do currículo. O conhecimento de suas características não permite confundi-las, mas, com certeza, tomá-las como alternativas inspiradoras de um ensino inovador que ultrapasse a abordagem tradicional.
Aprendizagem Motora consiste em uma alteração na capacidade do indivíduo em desempenhar uma habilidade motora, que pode ser inferida por uma melhoria relativamente permanente no desempenho, devido à prática ou à experiência (MAGILL, 1998).
O grupo pretende mostrar que os participantes ao estarem no processo de aprendizagem possuem comportamentos diferentes desde a fase cognitiva até se possível à fase autônoma o que pode influenciar no desenvolvimento desse processo. É importante caracterizar os praticantes desde o momento que vai iniciar a prática até o momento que já consegue dominá-la. Na fase inicial aceita-se que o praticante encontra-se no estágio cognitivo, onde predomina a cognição e ele precisa prestar atenção em cada parte da ação. Ele sabe que não atingiu a meta, mas não sabe por quê, ou seja, ele sabe que errou, mas não sabe como corrigir, assim ele depende do feedback extrínseco. Em seguida o aprendiz entra no estágio associativo, onde começa a apresentar certa consistência, mas ainda é muito impreciso. Começa a ser formado um programa para aquela ação.
Por último o aprendiz já domina a habilidade praticada, ele sabe o que errou e já não depende mais do feedback extrínseco, usando basicamente o feedback intrínseco. Esse estágio é denominado autônomo (FITTS & POSNER, 1967; ADAMS, 1971 APUD Arantes e Uignivich).
Como diz Gallahue “O desenvolvimento inclui todos os aspectos do comportamento humano”, logo muitos fatores podem vir influenciar na aprendizagem assim como a cultura de cada um, pois assim como Kofes (1985) APUD Daolio (2002) afirma que o corpo é expressão da cultura, portanto cada cultura vai se expressar por meio de diferentes corpos, porque se expressa diferentemente como cultura.
Nesta atividade utilizaremos na grande maioria o método de prática em blocos, mas iniciaremos com a prática randômica. Na prática randômica pratica-se todas as variações da tarefa de forma aleatória, e na prática por blocos  primeiro é praticada uma variação da tarefa, para posteriormente começar uma segunda tarefa (SHEA e MORGAN, 1979 APUD Arantes e Uignivich).
Contaremos com a presença de três integrantes da sala e vamos procurar saber se eles conhecem a atividade, se eles já a praticaram ou ouviram falar, então daremos a eles logo de inicio três bolinhas que no caso seria visto como a ultima etapa para se aprender o malabarismo e veremos como será o desempenho de cada um a partir desse momento e das dificuldades que aparecerem nós vamos ensiná-los por etapas 1º com uma bolinha e assim por diante ate mais uma vez só que com um conhecimento das etapas anteriores executar com as três bolinhas, aparecendo também as Habilidades motoras abertas que para Magill (1995) é uma habilidade desempenhada em um ambiente não-estável, onde o objeto ou o contexto varia durante o desempenho da habilidade, o participante deve agir de acordo com a ação do objeto ou das características de alteração do ambiente.
Tentaremos exercer um papel de co-autores no processo de aprendizagem dos participantes através de feedbacks, que é o retorno de informação que o professor passa para seu aluno, seja visual, auditivo ou ambos. McGown (1991) diz que a principal função da informação de feedback é a de permitir ao executante avaliar a resposta dada, criando uma estrutura de referência de forma que o atleta ou o aluno possa detectar erros e tentar corrigi-los.
Esperamos que os participantes utilizem mais feedback intrínseco pois segundo Schmidt (1993) é a informação  fornecida como uma conseqüência natural da realização de uma ação, ou seja, que eles mesmo percebam seus erros e os corrijam .
Mas também não vamos deixar o feedback extrínseco de fora, pois nem todo o tempo será perceptível para o aluno qual seu erro e como corrigi-lo, assim como afirma Schmidt (1991) que este tipo de feedback é constituído por informação do resultado medido da performance, que é a resposta informada ao executante por algum meio artificial, seja verbal, visual ou sonoro.
Schmidt ainda afirma que feedback pode ter diferentes denominações, tais como conhecimento de resultados (CR) ou ainda conhecimento de performance (CP). O CR é uma informação sobre o resultado da ação, redundante com o feedback intrínseco, muito utilizado durante as pesquisas pela sua facilidade de controle. Já o CP é uma informação sobre a cinemática da ação, que não é diferente do feedback intrínseco, e é comumente utilizado na aprendizagem de habilidades motoras complexas.
Tendo em vista que usaremos o feedback para influenciar na aprendizagem de cada um não podemos esquecer que cada um também possui o seu ritmo, portanto o desenvolvimento de um não será exatamente igual ao do outro, como diz Zampronha (2002) APUD Tibeau (2006) o ritmo possibilita ao indivíduo tomar consciência de seu corpo.
Ao final da atividade temos como expectativa que os participantes consigam obter progressos que desenvolvam mais a coordenação motora a concentração entre outros aspectos que o malabarismo trabalha.
cinestésica;  reação; ritmo; equilíbrio
O que é Controle Motor
O movimento é um aspecto essencial da vida. Ele é crucial na nossa capacidade de caminhar, correr e brincar; procurar e comer os alimentos que nos nutrem; nos comunicarmos com os amigos e a família; ganhar o pão de cada dia; em essência, sobreviver. O campo do controle motor é direcionado ao estudo da natureza do movimento e de como ele é controlado. Controle motor é a capacidade de regular ou orientar os mecanismos essenciais para o movimento.Ele envolve questões como as seguintes: como o sistema nervoso central (SNC) organiza os numerosos músculos e articulações em movimentos funcionais coordenados? Como as informações sensoriais do ambiente e do corpo são usadas para selecionar e controlar o movimento? Qual é a melhor forma de estudá-lo? Como os problemas inerentes ao movimento podem ser quantificados nos pacientes com disfunções do controle motor?

O que é Transferência de Aprendizagem

“ ...definem transferência de aprendizagem como a influência da experiência anterior no desempenho de uma habilidade num novo contexto ou na aprendizagem de uma nova habilidade.” Essa influência pode se positiva, negativa ou neutra (0).
A transferência positiva ocorre quando a experiência com uma habilidade ajuda ou facilita o desempenho da habilidade em um novo contexto ou na aprendizagem de uma nova habilidade.
Transferência negativa ocorre quando a experiência com uma habilidade impede ou interfere no desempenho da habilidade em um novo contexto ou na aprendizagem de uma nova habilidade.
Transferência 0, que ocorre quando a experiência com uma habilidade não acerta o desempenhoda habilidade num novo contexto ou na aprendizagem de uma nova Habilidade.(Magill)




ANEXOS
Habilidade é uma palavra comumente usada, que empregamos para designar uma tarefa com uma finalidade específica a ser atingida. (Maggill 1998)
Habilidade Motora, uma habilidade que exige movimentos voluntários do corpo e/ou dos membros para atingir o objetivo. (Magill, 1998)
Movimentos. O termo movimentos se refere a característica de comportamento de um membro específico ou de uma combinação de membros. Nesse contexto, movimentos são partes que compõem as habilidades. (Magill, 1998)
Ações: São respostas a metas que consistem em movimentos do corpo e/ou dos membros. Uma ação pode ser definida como uma família de movimentos. (Schmidt e Turvey, 1992 APUD Magill, 1998)
Habilidades motoras grossas : Habilidades que utilizam a musculatura grande, para produzir ações. Essas Habilidades requerem menor precisão de movimentos do que as habilidades motoras finas. Também são classificadas como Habilidades motoras fundamentais (caminhar, pular, arremessar, saltar, etc.). (Magill, 1998)
Habilidades motoras discretas: Uma habilidade que exigi um movimento diferente que tenha pontos iniciais e finais bem definidos. (Magill, 1998)
Habilidade motora serial: Quando a pessoa consegue ordenar diversos movimentos discretos em uma série ou seqüência. (Magill, 1998)
Habilidade motora contínua: Constituída por movimentos repetitivos.
Estabilidade do ambiente: Magill (1998) classifica o termo ambiente referindo-se especificamente ao objeto sobre o qual a pessoa está agindo ou às características do contexto no qual a pessoa realiza a habilidade.
Capacidades Motoras: Pressuposto, característica ou traço geral, determinante do potencial         individual de aprendizagem e do rendimento em habilidades motoras específicas. Manifestam-se sempre de forma complexa e não isoladamente. (Magill, 2001)
As Capacidades Condicionais: As capacidades condicionais, geralmente referidas como mais importantes, são a força, velocidade, resistência (Manno, 1994) e por vezes a flexibilidade.
As Capacidades Coordenativas: As capacidades coordenativas  podem ser entendidas como uma classe das capacidades motoras, predominantemente determinadas pelo funcionamento a nível do sistema nervoso central (SNC), decisivas no controle, precisão, direção e alteração do movimento. São elas: orientação espacial; diferenciação  





Referencias Bibliográficas


Lima, Ernane Sousa; O EFEITO DA INTERFERÊNCIA CONTEXTUAL NA AQUISIÇÃO
DE UMA HABILIDADE MOTORA COM IDOSOS
Hamze, Amélia; O que é Aprendizagem; http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o-que-e-aprendizagem.htm
Feedback; http://www.efdeportes.com/efd66/feedb.htm
SCHMIDT, R. A. Aprendizagem e Performance Motora: dos princípios à prática. Tradução Flávia da Cunha Bastos; Olívia Cristina Ferreira Ribeiro. São Paulo: Movimento, 1993.
Berbel ,Neusi Aparecida Navas. A problematização e a aprendizagem baseada em problemas: diferentes termos ou diferentes caminhos?
Daolio, Jocimar. Da cultura do corpo, 2002
Tibeau,Cynthia C. Pasqua M. MOTRICIDADE E MÚSICA: ASPECTOS RELEVANTES DAS ATIVIDADES RÍTMICAS COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
McGOWN, C. O ensino da técnica desportiva. Treino Desportivo. II série, n. 22, p. 15-22, dez. 1991.
Gallahue, David L. Compreendendo o Desenvolvimento motor, Editora Phorte.

Magill, Richard A. Aprendizagem Motora, conceitos e aplicações. Editora Edgard Blucher LTDA. 1998.

Arantes, Ana.C. Aprendizagem Motora